quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

13ª SESSÃO 31JANEIRO 2018

SUMÁRIO:

1 - Visita de estudo a Amarante
2 - Incentivo à escrita de memórias pessoais
3 - Recordar o livro de Michel Lacroix
4 - Um monumento nacional de Torres Vedras: "Trechos românicos de Santa Maria do Castelo"
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1 -


2 - Os participantes são convidados a escreverem memórias pessoais 


 3 - A partir do livro de Michel Lacroix, referências ao processo de inventariação e classificação de património em Portugal. A partir daí, abordamos um dos monumentos nacionais torrienses menos conhecido, os "Trechos românicos de Santa Maria do Castelo".

4 - Visionamos imagens, em articulação com  três textos sobre o tema:


A colina que domina o centro histórico torriense terá sido habitada desde os tempos pré-históricos. Romanos, primeiro, e muçulmanos, muito mais tarde, ocuparam-na e fortificaram-na. Elevação dominante, com excelente localização – um rio a norte e oeste, uma fértil várzea a sul e poente – firmou-se como ponto de referência em volta do qual se espraiou a povoação primitiva, em interacção constante com o termo adjacente.
A construção de uma igreja românica no morro do castelo, logo após a ocupação cristã no reinado de Afonso Henriques, correspondeu à vontade de impor a nova religião em terra islamizada. Lá no alto, distinguindo-se dos pobres casaréus populares, Santa Maria do Castelo atraía os olhares e exercia uma forte autoridade religiosa, aliada dos terratenentes. Contemporânea de outras que foram construídas em Portugal no mesmo ciclo histórico, no início do séc. XIII, Santa Maria do Castelo foi sempre, e ainda é, o lugar para onde convergem os olhares dos viajantes e moradores. Por isso terá sido a primeira matriz de Torres Vedras. Com tantos séculos de existência, marcados por intempéries e catástrofes – como os terramotos de 1531 e 1755 – a primitiva construção sofreu abalos, derrubes e reconstruções. O que restou dos danos do tempo reveste-se de enorme importância pela analogia com vestígios da mesma época na Sé de Lisboa e pela data de 1208 na lápide funerária relativa ao possível arquitecto da igreja, Mestre Mendo, inscrita no portal lateral, no lado sul. Assim nos elucida a ficha caracterizadora deste monumento no site da Direcção Geral do Património Cultural: “O conteúdo deste letreiro é fundamental para datar a obra românica da igreja, mas também para caracterizar a da Sé Catedral de Lisboa quer as de S. Pedro de Sintra e de Leiria, servindo a de Torres Vedras como director cronológico fundamental”. 



Inscrições

SALVAGUARDA DO NOSSO PATRIMÓNIO

Ao longo do séc. XIX, o património português edificado foi alvo de inumeráveis actos de vandalismo decorrentes das invasões francesas (1807-1811), da guerra civil (1828-34) e da extinção das ordens religiosas (1834). O surto construtivista que caracterizou o chamado “fontismo” (1878-1887) recorreu muitas vezes às ruínas desse património para recuperar materiais de construção – pedra aparelhada, cantarias, etc. – necessários às novas edificações e nisso não foi diferente do que em épocas anteriores frequentemente se fez.
Perante a hecatombe, elevaram-se vozes autorizadas que a denunciaram com vigor: Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Ramalho Ortigão e muitos outros. Destes, destacou-se o arquitecto e arqueólogo Joaquim Possidónio da Silva, cujo labor está na base de numerosas iniciativas de salvaguarda do património nacional. Caso do inventário de bens e monumentos, primeiro e utilíssimo passo para a sua classificação em registo nacional. Na sequência deste e de outros contributos, em 23 de Junho de 1910 foi publicado, no Diário do Governo, um decreto que classificou como monumentos nacionais uma lista apreciável de exemplares do património edificado português. Nesta lista encontramos os “trechos românicos de Santa Maria do Castelo, de Torres Vedras.”

Portal axial 


Capitéis



Portal lateral


TRECHOS ROMÂNICOS DE SANTA MARIA DO CASTELO

Gabriel Pereira (1847-1911) – investigador eborense que foi também director da Biblioteca Nacional – no seu livro Pelos subúrbios e vizinhanças de Lisboa, publicado em 1910, descreve o que viu num passeio a Torres Vedras. Chegado ao recinto do castelo, mostra-nos o que são esses “trechos românicos”, classificados como monumento nacional: «Na igreja de Santa Maria do Castelo, vi dois capitéis românicos na porta principal que olha para o poente. (…) Os portais, de volta redonda, estão nos seus lugares de origem. Aquela silva que orna a parte superior dos capitéis, formando um friso, repete-se aos lados da porta que diz para o sul. Os capitéis são de calcário muito rijo, trabalho ingénuo, relevo fundo; pouco têm sofrido do tempo. São decorativos e simbólicos; o escultor quis representar motivos do Cântico dos Cânticos; é o lírio dos vales, a pomba do rochedo, a maçã entre a folhagem agreste; as comparações amáveis feitas à Sulamite, que a igreja cristã adoptou. Obra d’arte, da alta idade média, é isto o que resta n’esse templo, alvejante entre oliveiras, aninhado entre as muralhas vetustas, cubelos e quadrelas negras do castelo.»

[ Textos de Joaquim Moedas Duarte, a publicar no próximo Boletim de Freguesia da União das freguesias de Santa Maria, S. Pedro e Matacães ]




12ª SESSÃO - 24 JANEIRO 2018

SUMÁRIO

1 - Restauro da capela da Zibreira

2 - Conceito a abordar: "salvaguarda"

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1 - 


O produto da venda de bilhetes para este espectáculo reverterá para as obras da capela da Zibreira.


2 - Salvaguarda:


Este livro é um pequeno repositório de ideias e referências sobre as questões do Património.
Sobre o conceito em estudo, escreve J. M. Noras:

«Quanto ao conceito de salvaguarda do património, seguiu-se uma orientação elaborada a partir das lições extraídas da Carta Internacional sobre a Salvaguarda das Cidades Históricas, aprovada pelo ICOMOS em 1987. 
Nestas circunstâncias, entende-se por salvaguarda o conjunto de medidas necessárias para a identificação, protecção, conservação e restauro do património, assegurando a sua revitalização, a sua ligação harmoniosa à vida contemporânea e o desenvolvimento equilibrado da respectiva envolvência de modo a que o seu enquadramento surja como factor de valorização de cada bem em causa e do conjunto em que se insere.»

O conceito foi amplamente tratado, em termos filosóficos, pelo livro de Michel Lacroix:


Sobre o livro:

O PRINCÍPIO DE NOÉ OU A ÉTICA DA SALVAGUARDA
Michel Lacroix

SINOPSE

Como Prometeu, o homem procurou tornar-se o dono do mundo. Mas, hoje, este mito não consegue corresponder mais às aspirações do homem contemporâneo e, por outro lado, é o mito de Noé que tende a tomar o seu lugar.
Face aos excessos da modernização, não se trata mais de «mudar o mundo» mas – à imagem de Noé – de o «salvar», salvando os «utensílios da civilização». Ter em conta a fragilidade do mundo para o proteger, corrigi-lo, consolidá-lo é colocar em segurança o que a civilização tem de mais rico e belo.
Neste original ensaio o autor alia o debate da sociedade e a reflexão filosófica num estilo vivo e acessível a todo o público.

Michel Lacroix é professor de Filosofia, mestre de conferências na Universidade de Évry e no IUFM de Versalhes e investigador no Centre Pierre Naville.

MA PHILOSOPHIE DE L’HOMME             
Michel LACROIX

La profession de foi du philosophe Michel Lacroix : une ode à la raison et à la liberté pour nous aider à traverser le XXIe siècle.
Ce livre est une profession de foi philosophique. Michel Lacroix nous fait partager les valeurs auxquelles il croit et qui ont orienté sa vie : la confiance dans la raison, l'exigence de liberté, la passion de l'éducation, le souci de l'esprit. Loin de dénigrer notre héritage occidental, comme on le fait si souvent, il proclame son attachement à la civilisation qui a forgé l'idéal, universellement valable, de la personne éclairée et autonome, c'est-à-dire libre de ses jugements et de ses actes.
Mais aujourd'hui, cet idéal d'émancipation est menacé par des obscurantismes, des aliénations, des fanatismes nouveaux. La notion même d'universalisme est remise en question.
En nous exposant sa philosophie de l'homme, Michel Lacroix ne nous livre pas seulement un témoignage sur ses convictions personnelles, il nous donne aussi des repères pour affronter le périlleux XXIe siècle.





terça-feira, 23 de janeiro de 2018

11ª SESSÃO - 17 Janeiro 2018


SUMÁRIO:

> Contributos dos participantes:





> Projecto de viagem a Amarante ( 9 / 10 Março)

       - Memórias de Teixeira de Pascoaes e Amadeo de Souza Cardoso: Casa de Gatão e Museu 
          Municipal Amadeo de S-Cardoso em Amarante;

       - Património: Igreja de Gatão (Rota do Românico), Igreja de S. Gonçalo de Amarante, Ponte de
         Amarante (Memória da 2ª invasão napoleónica).

> Um museu insólito...Ver AQUI










10ª SESSÃO -

SUMÁRIO

> 2018, Ano Europeu do Património Cultural:
     
         Programa de actividades da Associação do Património de T. Vedras, acessível AQUI

> Quinta velha do Hespanhol classificada como Monumento de Interesse Público. Ver AQUI

     Imagens da Quinta, ver AQUI

>  Novidades do nosso Património Nacional: descobertos frescos na capela de Stº Cristo em Picote (Miranda do Douro). Ver AQUI


QUINTA VELHA DO HESPANHOL(Carreiras, U. Freg. Runa e Dois Portos - Torres Vedras)






FRESCOS NA CAPELA DO STº CRISTO, PICOTE




sábado, 13 de janeiro de 2018

9ª SESSÃO - 13 DEZEMBRO 2017


Última sessão antes do Natal. Lemos páginas de Vitorino Nemésio, Leonor Xavier e Raul Brandão. Terminámos com um soneto de Afonso Moura Guedes.







8ª SESSÃO - 6 DEZEMBRO 2017


Ponto de partida: requalificação da Igreja e Convento da Graça, em T. Vedras, com limpeza e pintura das paredes exteriores. Impõem-se uma reflexão sobre o espaço fronteiro àquele que é o mais monumental edifício histórico da cidade.
Projecção de imagens daquele espaço:

A cerca do Convento (Finais do séc. XIX)






O papel de D. Diogo de Nápoles na transformação da antiga cerca conventual em jardim público, a partir de um artigo do jornal A SEMANA.
Artigo de Victor Cesário da Fonseca sobre o jardim que não se fez...










Antiga ermida de Sant'Ana (demolida nos anos 30; séc. XX)





Anos 20, séc. XX













Para conhecer melhor a história do Jardim da Graça, ver AQUI.http://vedrografias2.blogspot.pt/search?q=jardim+da+Gra%C3%A7a

Algumas verificações polémicas: 

As árvores deste jardim, que ganharam grande porte, não são ajustadas ao local: tapam a                  fachada da Igreja e do Convento;
           
O Jardim da Graça  não é melhor local para um obelisco - que, por natureza, é um monumento            destinado a ser visto de perto e de longe.